quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Jogos Ludicos para Idosos

Os Jogos Lúdicos para Idosos devem ser uma prática presente e constante na sua vida, porque o desejo de brincar acompanha-nos toda a nossa vida.

Infelizmente os compromissos sociais e laborais distraíram-nos para a prática regular de brincar, mas não eliminaram o nosso desejo de fazê-lo.

Os objectivos do jogo são:

- Melhorar a qualidade vida;
- Canalizar a nossa criatividade;
- Libertar tensões e emoções;
- Orientar as angústias quotidianas.

EXEMPLOS DE JOGOS PRATICADOS NOS CENTROS DE DIA:

Canções por grupo: Num recipiente colocam-se tantos bilhetinhos quantos sejam os participantes. Em cada bilhetinho estará escrito o nome de uma canção popular. A um sinal dado, cada um toma o seu bilhetinho e começa a cantarolar a canção que lá estiver escrita. À medida que cada um canta a sua canção, vai identificando quem está cantando a mesma canção e vai-se juntando a eles, formando um grupo. Depois de formado os grupos, aproveitam-se para outro tipo de brincadeiras.

Baile das bolas: Cada jogador escolhe um par. A metade da classe recebe bolas de praia que deverão sustentar entre os joelhos com o seu par, ou com o peito, o estômago, as costas, etc. Mas não podem utilizar as mãos. Quando começar a música todos os jogadores deverão dançar. No momento que se disser "mudar", os participantes deverão passar a bola, sem usar as mãos ao jogador mais próximo. Aqueles que não têm pares e bolas, devem dançar, enquanto esperam. Pode-se fazer os participantes mudar de companheiro e de bola, ou então que dancem em grupo de quatro com duas bolas.

Iniciação à pintura. Iniciação ao conto. Contar anedotas, advinhas. Matinés dançantes, etc.

VOU LANÇAR UM DESAFIO. Quem primeiro acertar nos passatempos abaixo discriminados terá como recompensa muitos abraços e beijocas.

Letras e palavras:

Quais as palavras encontradas.

1 - CCMOAA ......
2 - RROCOCHA ........
3 - OLAG ....
4 - TOGA ....

Respostas a estas perguntas.

1 - Quantos números 9 há de 1 a 100?
2 - Quantas oitavas tem um piano?
3 - Em 1506 Leonardo Da Vinci terminou um dos seus quadros que o fizeram famoso. Qual era esse quadro?
4 - Depois da chuvada, geralmente aparece o Arco-Íris. Acontece que ao passar a luz do sol por milhares de gotinhas de água, saem delas decompostas 7 raios de cores. Qual é a cor debaixo do Arco-Íris, a mais baixa?

Espero que se divirtam com este passatempo e seja rápido em dar-me as respostas.

Espero que tenham gostado deste meu texto Jogos Lúdicos para Idosos. Por favor deixem o vosso comentário.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Violencia domestica a mulheres idosas

Violência doméstica a mulheres idosas. A mulher idosa por si só carrega um sentimento de inferioridade, por não ser capaz de realizar as tarefas domésticas como o fazia anteriormente. Este sentimento de fragilidade pode ser agravado por uma ofensa moral ou mesmo de violência, podendo gerar casos de depressão.

No caso de violência doméstica a idosos as mulheres são a maioria das vitimas.

A violência doméstica pode ser fisicamente, mentalmente, negligência e financeira.

A mulher idosa vítima de violência torna-se uma pessoa amuada, frágil, indiferente tanto às condições de habitabilidade como à higiene pessoal. Cheiros de urina ou fezes, falta de higiene pessoal, maus tratos no corpo, cortes, queimaduras, nódoas negras, ossos partidos, deficiente alimentação e medicação tornam-se naturais para si.

Na violência mental as mulheres idosas têm um comportamento de medo, depressão, comportamentos pouco usuais, dificuldade de comunicação, desorientação, isolamento, queixas que podem ser de um funcionário duma Instituição ou Associação, de um vizinho, ou de um familiar.

Quando a violência é exercida por um familiar a mulher idosa fica muito triste afastando-se do familiar por não se sentir à vontade e teme uma repressão pelo facto de informar alguém do sucedido.

Na violência financeira queixam-se de desaparecimento ou roubo de dinheiros (Reforma) ou propriedades.

Se a violência for praticada por alguma funcionária da Associação que lhe presta o apoio domiciliário não a denunciam porque têm medo de perder o serviço e também não querem preocupar ou alarmar os familiares. Mas a maioria é por não terem condições físicas ou mentais.

A cuidadora que presta serviços de apoio domiciliário a mulheres idosas que são vitimas de violência doméstica devem redobrar a vigilância no seguinte: se estão a tomar a medicação adequada, se a alimentação é suficiente, se a higiene habitacional e a pessoal são executadas, se existem fracturas, nódoas negras e queixas de quem é o agressor. Depois de confirmado deve agir imediatamente transmitindo o facto ao seu superior.

Infelizmente existem muitos casos de violência doméstica a mulheres idosas e a maioria deles são praticados pelos familiares. Se tiverem dúvidas por favor deixem o vosso comentário.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Cuidar de um doente com Alzheimer

Para Cuidar de um Doente com Alzheimer, o cuidador deverá ter formação na área de geriatria, ter um comportamento calmo, misturado com uma boa dose de paciência e de educação, ter amor e carinho pelos idosos e sobretudo ter o saber de contornar as situações com respeito.

Não vou entrar em pormenores de ciência médica ou terapêutica, deixo esses pormenores para os especialistas. Pois todos nós já sabemos o que é a doença de ALZHEIMER, mas alguns não sabem como lidar e tratar deles.

Os doentes de ALZHEIMER são uns doentes com características especiais, dependendo de vários factores tais como: a sua vivência, comportamentos, atitudes, gostos, hábitos alimentares, rituais pessoais, rituais religiosos, formação académica, profissionais e passatempos.
Nalguns estes factores mantêm-se ao longo da doença até à sua fase terminal, outros são o oposto do que foram durante a sua "outra vida".

A família fica destroçada, sem forças para lidarem com esta situação, principalmente os filhos que se recusam aceitar, ao verem os pais a padecerem dessa triste doença. Os filhos são as primeiras pessoas a desaparecerem como filhos das suas memórias, passando a serem para alguns uns ditadores, governantas que só sabem dar ordens, ou uma simples criadita.

Para entenderem o quanto é difícil para um cuidador a tarefa de cuidar desses doentes, vou contar alguns episódios que se passaram comigo.

Quando acabei o curso na Cruz Vermelha, fui contratada para cuidar de um senhor que lhe tinha sido diagnosticada a doença de ALZHEIMER. Fiquei receosa, pois a minha prática era pouca. Tinha a noção do que era a doença. Sabia que a tarefa iria ser difícil. Mas como tinha muito amor e carinho para dar, aceitei.

O Sr. F era um homem elegante, bastante alto, muito vaidoso que em novo tinha feito passagem de moda, estava muito à vontade no jogo de sedução e de pular a cerca.

Ao primeiro contacto ele aceitou-me muito bem exprimindo-se por gestos, era de poucas falas e só o fazia quando entendia. Mas a doença tem esse sintoma, o deixar de falar.

Adorava que lhe fizesse a higiene matinal, como um homem vaidoso que era, andava sempre bem vestido, bem penteado, bem barbeado e muito cheiroso.

Mas tinha uns certos rituais: 1 lenço em cada bolso das calças, no bolso da camisa a carteira, sempre com uma nota de 10 contos (50€), um pente e um spray oral. Se por qualquer motivo a nota fosse trocada eu teria que arranjar outra para a colocar de manhã na carteira.

Quando saía do quarto ia para a cozinha. Na gaveta de um dos armários tinham que lá estar 5 maços de tabaco. Por dia ele devorava os 5 maços de tabaco, uns atrás dos outros. Se por algum motivo não estivessem lá os 5 maços de tabaco, ficava ansioso, não comia até o stock ser reposto.
Toda a gente tinha que dar o dinheiro para a sua compra menos utilizar a nota de 1o contos.
Era impossível estar todo o dia naquela cozinha, devido ao cheiro e ao fumo.

O pequeno almoço, o almoço, o lanche, o jantar eram todos iguais, o que comia em cada refeição, comeu-o durante cerca de um ano.

Até que um dia o Sr F apaixonou-se por mim. Chegou ao pé da esposa, tirou a aliança do dedo, dando-lha e dizendo não quero mais estar casado contigo, vou casar com a Maria. Enquanto estive a cuidar dele nunca mais quis pôr a aliança do casamento.

Paixão essa que me deixou muitas vezes encabulada, direi envergonhada perante a família.

Quando eu fazia movimentos de levantar ou baixar o corpo, como por exemplo ir ao frigorífico buscar algum alimentos ou estar de costas, ele aparecia por detrás e roçava-se em mim. Depois puxava as calças para baixo e mostrava a sua virilidade a mim, à filha ou aos netos.

Eu dormia lá em casa, o Sr. F dormia com a esposa no quarto de casal, nunca tentou deitar-se comigo, nem fazer-me mal.

Quando a filha lhe chamava atenção por fazer isso, ele ria-se e dizia que eu era a mulher dele e ela era a criadita, por isso não mandava nada. A certa altura a filha descompensada dizia que eu tinha culpa, pois provocava o pai levando-o a fazer esses disparates. Por vezes sugeria que eu batesse com a esfregona no pai. Algumas vezes eu tinha dúvidas se tinha dó do pai ou da filha.
A filha já estava a ficar desesperada, deprimida, à beira da loucura.

Com toda a minha paciência explicava-lhe que não podia fazer aquilo que era feio, respondia-me, que estávamos na idade de casar, de ir para a nossa casa pois a mãe e a governanta eram difíceis de aturar. Outras vezes ria-se e passado algum tempo voltava a fazer o mesmo.

A filha quase louca resolveu pôr o pai num Lar e passados alguns meses ele faleceu.

Como tivemos a oportunidade de constatar, cuidar dum doente de alzheimer e lidar com os seus familiares não é uma tarefa fácil. Os cuidadores necessitam de serem pessoas equilibradas, dóceis, sorridentes, sem maldade, de bem com a vida e sobretudo amar o próximo doente seja ele idoso ou não.

Falaremos mais à frente noutros casos, pois como cuidadora já tive vários casos de doentes de alzheimer e todos com histórias para vos contar. Se tiverem dúvidas sobre como cuidar dum doente com Alzheimer deixem o vosso comentário.