terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

a mesa do velho avô

A mesa do velho avô, um conto que a D. Maria utente do Centro de Dia me enviou via email.

"Era uma vez uma família numerosa: o pai, a mãe e muitos filhos.
Nessa casa vivia também um avô. 
Mas, como era. muito velhinho, quando se sentava à mesa, ao comer a sopa, frequentemente sujava tudo: a boca, o guardanapo, a toalha.
Não fazia uma bonita figura.
Um dia, o filho disse-lhe:
- Desculpe, mas o melhor era o sr. comer sozinho, fora da sala de jantar.
O avô de olhar triste, teve de concordar.
O filho comprou então uma mesinha e pô-la na cozinha. Assim não incomodava ninguém.
Passados alguns dias, o filho ao regressar a casa, viu um dos seus filhos a brincar com um pedaço de madeira. Perguntou-lhe:
- O que fazes?
O menino respondeu:
- Estou a brincar de carpinteiro.
O pai insistiu:
- E o que estás a construir?
Resposta da criança:
- Uma mesinha para ti, quando fores idoso como o avô.

A mensagem que tiramos deste conto é: Nada é tão contagioso como o exemplo. 

A mesa do velho avô. O ciclo da vida é curioso. Quando nascemos precisamos dos pais para crescermos bem e com saúde. Com o passar dos anos, os papéis invertem-se e, então é a nossa vez de cuidarmos dos nossos pais. Os idosos não são descartáveis, são pessoas dignas de todo o respeito e amor. São um tesouro.



segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A Velhice de Simone de Beauvoir



A Velhice de Simone de Beauvoir. No dia 09 de Janeiro comemorou-se o nascimento desta escritora e poeta francesa. Em 1970 Simone escreveu o livro A  Velhice, um manual nos cursos de Gereatria.

No texto, A velhice (1970), Simone de Beauvoir escreveu que o idoso é uma espécie de objeto incômodo, inútil, e quase tudo que se deseja é poder tratá-lo como quantia desprezível.

A VELHICE ...“velhice, isso não existe!. Há apenas pessoas menos jovens do que as outras, e nada mais. Para a sociedade, a velhice aparece como uma espécie de segredo vergonhoso, do qual é indecente falar. Sobre a mulher, a criança, o adolescente, existe em todas as áreas uma abundante literatura; fora das obras especializadas, as alusões à velhice são muito raras”. (BEAUVOIR, 2003, p.8).
"A velhice é um resultado dinâmico de um processo global de modificações progressivas e incessantes no funcionamento do organismo, fazendo com que o indivíduo tenha dificuldades em se adaptar ao meio ambiente e tornando-o conseqüentemente mais vulnerável às doenças. De acordo com pesquisas recentes feitas  Portugal será um país envelhecido  de acordo com o prolongamento de vida e a queda de natalidade e fecundidade. Socialmente, a função da velhice é de lembrar e dar expressão às suas lembranças, sendo o papel da memória valorizado entre os mais velhos, pois suas lembranças constituem patrimônio coletivo, expresso e revivido permanentemente no contato com novas gerações.
Os velhos que não têm poder econômico dificilmente conseguem fazer valer seus direitos. O velho, incapaz de suprir a suas necessidades representa sempre uma carga. Em nossa sociedade nada difere da idéia descrita por Simone de Beauvoir quando diz que: [se os velhos manifestam os mesmos desejos, os mesmos sentimentos, as mesmas reivindicações que os jovens, eles escandalizam; neles amor, o ciúme parecem odiosos ou ridículos, a sexualidade repugnante, a violência irrisória. Devem dar o exemplo de todas as virtudes. Antes de tudo, exige-se deles a serenidade; afirma-se que possuem essa serenidade, o que autoriza o desinteresse por sua infelicidade. A imagem sublimada deles mesmos que lhes é proposta é a do Sábio aureolado de cabelos brancos, rico de experiência e venerável, que domina de muito alto a condição humana; se dela se afastam, caem no outro extremo: a imagem que se opõe à primeira é a do velho louco que caduca e delira e de quem as crianças zombam. De qualquer maneira, por sua virtude ou por sua abjeção, os velhos situam-se fora da humanidade. Pode-se, portanto, sem escrúpulo, recusar-lhes o mínimo julgado necessário para levar uma vida de homem. (2003, p.10). A Biologia descreve algumas etapas que fazem parte do desenvolvimento humano como: concepção, desenvolvimento intra-uterino, nascimento, infância, adolescência, maturidade, velhice e morte. Cada etapa tem um desenvolvimento determinado por perdas ou ganhos em nossa qualidade de vida, a velhice aparece como uma desgraça: mesmo nas pessoas que consideramos conservadas, a decadência física que ela traz salta aos olhos. Pois a espécie humana é aquela em que as mudanças causadas pelos anos são as mais espetaculares (Beauvoir, 2003, p.12). O indivíduo sofre as conseqüências de sua classe social, grupo profissional, cultural e outros fatores, que podem encurtar ou prolongar sua vida, ou seja, de acordo com os recursos financeiros, sua profissão, a maneira como vive e cuida de sua saúde, seu corpo, etc. Tudo isso influi no processo da longevidade. O tempo decorrido desde o nascimento de um indivíduo até sua morte, chama-se idade cronológica. A idade social de uma pessoa, não coincide com sua idade cronológica, nem com sua idade biológica. Ela é determinada em função da sua vivência, educação e história de vida. Viver bem com sua própria idade e envelhecer tirando proveito do processo degenerativo de todas os órgãos de nosso corpo não é um processo muito fácil, porém, o que faz uma pessoa estar saudável ou não é a capacidade de seu organismo responder às necessidades do dia-a-dia independentemente de sua idade cronológica, biológica ou social. Envelhecer é um processo que atinge o corpo todo. As alterações consideradas normais podem provocar desconforto e dificuldades para a vida diária, devendo, na medida do possível, serem minimizadas, pois o idoso normalmente está numa situação de perdas contínuas tais como: a perda de status em função da reforma, maior freqüência de doenças, declínio físico, etc.".

A Velhice de Simone de Beauvoir. Uma obra que é um clássico  na área do envelhecimento, que alcançou repercussão em todo o Mundo, levantando questões e soluções para os idosos.


Um livro que aconselho a lerem.

Frase de Simone de Beauvoir

A velhice é menos árida nos indivíduos que, em sua idade adulta, foram capazes de sentimentos calorosos.

Forminhas de iogurte com molho de cerejas


Forminhas de iogurte com molho de cerejas. Hoje houve mais uma aula de culinária no Centro de Dia da qual resultou estas lindas forminhas de iogurte com molho de cerejas.
Algumas utentes estavam receosas com esta receita, achavam que era muito complicada e sofisticada para elas. Era um erro o pensamento delas pois só vivemos bem se encararmos as surpresas e as tempestades da vida com coragem e ousadia. Se não nos propusermos a sair da nossa zona de conforto jamais sentiremos o sabor das novas conquistas. 
E não é que ficaram lindas, apetitosas e muito saborosas!

Eis a receita:

Bata dois ovos com 50g de açúcar e junte 150g de iogurte cremoso (grego). Bata de novo e incorpore 40 g de farinha, uma pitada de sal e 1/2 colher (chá) de canela. Barre pequenas formas lisas com manteiga. Coloque 3 cerejas em cada uma e encha até 3/4 com a massa. Leve ao forno pré-aquecido até a massa cozer e alourar. Aqueça 2 c. (sopa) de manteiga numa frigideira antiaderente e salteie mais cerejas. Junte à calda das cerejas, 30 g de açúcar, 1,5 dl de vinho tinto e uma pitada de canela. Apure até o molho reduzir para metade. Desenforme os doces e sirva-os com o molho de cereja.

Forminhas de iogurte com molho de cerejas. Ter desafios é o que faz a vida interessante e superá-los é o que faz a vida ter sentido.