quarta-feira, 15 de junho de 2011

Cuidadores de Idosos - Apoio Domiciliario

Cuidadores de Idosos - Apoio Domiciliário. Depois de termos falado de tantos temas relacionados com os Idosos tais como: Lares, Centros de Dia, Doenças, Apoio a Idosos, Atividades (jogos, dança, coro coral), etc, ainda não falámos dos seus Cuidadores de Apoio Domiciliário.

Hoje resolvi fazê-lo, homenageando assim essa classe trabalhadora (onde eu estou incluída), pois se não fossem ele(a)s não existiam os Lares e os Centros de Dia, ou qualquer outra Instituição que tenha a valência do Serviço Apoio Domiciliário (SAD) em Portugal.

Como em todas as classes de trabalhadores existem excepções, mas no geral são trabalhadoras, (pois maioria são mulheres), que no dia a dia lutam para que os Idosos consigam viver com qualidade de vida nas suas casas com o conforto possível.

O dia de uma cuidadora de Apoio Domiciliário é cheio de obstáculos tais como: a falta de condições de habitação, sem água canalizada, gás, quarto de banho, falta de higiene, idosos rodeados de lixo, acumulação de roupas sujas, falta de higiene pessoal, idosos com o corpo mordido de pulgas, piolhos e ratos, vestuário, roupa de cama, atoalhados, produtos de higiene, medicação e alimentação.
O serviço é diferente daquele  que é feito na Instituição, pois além de cumprirmos com as normas de higiene e segurança, temos que as  adaptar ás condições, gostos e costumes dos utentes.

Cuidadores de Idosos - Apoio Domiciliário

Em algumas casas velhas que não possuem água canalizada dentro delas, é preciso aquecê-la (fogão, fogareiro, ferro próprio, microondas) e lavar o utente em bacias. Noutras como não têm esgoto (WC) e o costume era tomar banho no quintal com um chuveiro improvisado temos de o executar conforme solicitado, quando o idoso tem pouca mobilidade e equilíbrio por falta de uma cadeira ou banco seguros, para lhes darmos banho temos de entrar na banheira ou polivan para ele não cair.

Em certas casas de Idosos falta tudo, principalmente companhia, amor e carinho mesmo aqueles que vivem com familiares.

Para os Idosos que vivem sozinhos, nós somos filhos(as), mãe, companheira, padre ouvindo os seus segredos e alguns na hora da despedida (morte) contam connosco para partir em paz.
Mesmo ouvindo "menina gasta-me a pele, a roupa, o chão, de lavar todos os dias", com um sorriso nos lábios fechamos a porta dizendo até amanhã com a consciência tranquila.

À noite ao deitarmos a cabeça na almofada,  com o corpo cansado e  a alma ferida, somos invadidas por uma sensação boa, a de missão cumprida, mesmo sabendo que não nos dão o valor merecido. O nosso reconhecimento é o sorriso dos idosos  e a alegria  com que somos recebidas no dia seguinte.
 
Felizmente que há Idosos que vivem em boas condições de habitação, rodeados pelos filhos, netos, companheiros, de amor e carinho.
Com este vídeo que retirei do YouTube intitulado "Poema do Idoso", mostro o amor e o carinho que sinto pelos Idosos.


Espero que com este texto que foi uma abordagem muito subtil de como vivem os nossos idosos, tenham ficado elucidadas o quanto é difícil mas gratificante o serviço dos Cuidadores de Idosos - Apoio Domiciliário. Por favor deixem o vosso comentário.

4 comentários:

  1. Olá
    Em primeiro lugar quero agradecer pela sua visita ao meu blog. Quanto ao seu trabalho, como Cuidadora no Domiciliario, digo-lhe que admiro muito quem o faz.
    Quando eu estava a frequêntar o curso, achava eu que queria trabalhar nessa valência, mas afinal depois de o ter feito algumas vezes durante o estagio, acabei por desistir da ideia.
    Psicologicamente é muito mais dificil, do que trabalhar na valencia de Lar. Ainda me lembro de ir a casa de uma utente e ter de fazer a cama sem ter espaço, aliás tive de subir para cima da cama. Ai, e o medo que eu tinha de ver algum rato ou alguma cobra?
    O meu trabalho ao pé do vosso é um doce.
    Boa semana

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  2. Olá Maria.
    Comigo acontece o contrário não me imagino a trabalhar dentro da Institução.Costumo a utilizar a frase "Eu cá gosto de andar na rua". Quando estou a dar formação, o qual adoro, estou sempre mortinha que acabe, para ir ao pé dos meus velhinhos.
    Poucas vezes tenho ficado em Centro de Dia, mas quando isso acontece, doi-me tudo.

    Acredite que foi uma abordagem doce das condições em que vivem alguns idosos, mesmo na zona de Lisboa. Nunca me passou pela cabeça. Realmente fazemos das tripas coração, para zelarmos pelo bem estar deles. Beijinhos e obrigada pela visita.

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  3. Olá!

    Admiro muito quem faz o trabalho de Apoio ao Domícilio.
    Deve ser uma profissão muito gratificante, mas árdua, pelas más condições de habitabilidade em que vivem os nossos idosos. É de lamentar tal situação.

    Um beijo.

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